Na noite de segunda-feira, 8 de outubro, uma tragédia abalou o bairro das Quintas, na Zona Oeste de Natal (RN). Um casal foi encontrado morto dentro de uma residência na Rua Doutor Manoel Miranda, enquanto um bebê de apenas três meses foi resgatado com vida ao lado da mãe. O caso comoveu os moradores e mobilizou equipes da Polícia Militar, do Samu e do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).
De acordo com informações preliminares, a principal linha de investigação aponta para um possível caso de feminicídio seguido de suicídio. Uma arma de fogo foi localizada no interior da residência, reforçando essa hipótese. Os corpos foram encontrados após vizinhos relatarem ter ouvido disparos durante a madrugada. Durante todo o dia, ninguém havia visto o casal, o que levantou suspeitas e levou uma moradora a olhar pela janela, momento em que avistou o bebê ao lado da mãe já sem vida.
O resgate do bebê e o cenário da tragédia
Policiais do 9º Batalhão foram acionados e precisaram arrombar o portão e a porta da casa para conseguir entrar. Segundo o sargento Marcos Calixto, que participou da operação, a prioridade foi salvar a criança. “Quando olhamos pela janela e vimos que o casal estava morto, nossa primeira preocupação foi com o bebê”, relatou.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou logo em seguida e prestou os primeiros socorros à menina, que estava em boas condições de saúde, sem sinais de desnutrição ou desidratação. Após o atendimento, ela foi entregue aos familiares da mãe, em um momento de dor, mas também de alívio por a criança ter sobrevivido.
O Itep realizou a perícia no local e recolheu os corpos para análise. Até a última atualização, as vítimas ainda não haviam sido oficialmente identificadas. As autoridades agora trabalham para esclarecer as circunstâncias do ocorrido e confirmar se, de fato, se trata de um feminicídio seguido de suicídio.
Violência doméstica e feminicídio em pauta
Casos como esse revelam a dura realidade enfrentada por muitas mulheres no Brasil. O feminicídio é uma das formas mais extremas de violência de gênero e tem se tornado cada vez mais recorrente. Especialistas apontam que a falta de diálogo, o ciúme possessivo e o controle excessivo dentro de relacionamentos abusivos são fatores que antecedem muitas tragédias como essa.
A violência doméstica não deve ser tratada como um problema individual, mas como uma questão social urgente. É essencial que existam políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e espaços seguros para que as vítimas possam buscar ajuda sem medo.
Organizações de apoio e canais como o 180 — Central de Atendimento à Mulher — estão disponíveis para orientar e acolher vítimas de agressão. A denúncia é o primeiro passo para romper o ciclo da violência.
Enquanto as investigações seguem, a comunidade das Quintas permanece em luto e perplexa. O resgate do bebê trouxe um sopro de esperança em meio à dor, mas a tragédia reforça um alerta que não pode mais ser ignorado: é urgente proteger as mulheres e combater todas as formas de violência de gênero.
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