Muitas pessoas acreditam que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) — também chamado popularmente de derrame — acontece de forma repentina, sem qualquer aviso. Mas a realidade é bem diferente: na maioria das vezes, o corpo emite sinais claros de que algo não vai bem. Reconhecer esses indícios pode ser determinante para salvar vidas, evitar sequelas graves e garantir um processo de recuperação mais rápido e eficaz.
Dor de cabeça intensa e inesperada
Um dos sintomas mais perigosos e que merece atenção imediata é a dor de cabeça forte e repentina, sem causa aparente. Não se trata de uma enxaqueca comum ou dor relacionada ao estresse.
É uma dor súbita, intensa, que muitos descrevem como “a pior da vida”. Esse tipo de manifestação, especialmente em pessoas com pressão arterial descontrolada, pode indicar um AVC hemorrágico. Nesses casos, não se deve esperar para ver se passa: procurar atendimento médico imediatamente é essencial.
Alterações motoras e perda de equilíbrio
Outro alerta é a dificuldade de manter o equilíbrio ou a sensação de tontura sem explicação. A pessoa pode se sentir como se estivesse em movimento, mesmo estando parada, e em alguns casos apresentar dormência ou fraqueza em apenas um lado do corpo. Braços, pernas ou até o rosto podem ficar dormentes ou “pesados”
. Mesmo que essa sensação desapareça após alguns minutos, é preciso agir rápido, pois pode ser um sinal de AVC isquêmico, que ocorre quando o fluxo sanguíneo para parte do cérebro é interrompido.
Como o cérebro é responsável por interpretar o que os olhos enxergam, qualquer falha nesse processo também é um indício importante. A pessoa pode começar a ver borrado, embaçado ou perder parte do campo visual. Em situações mais graves, pode até deixar de reconhecer rostos familiares ou enxergar objetos que não existem, caracterizando alucinações. Essas alterações na visão são sinais de que o cérebro está sofrendo e não deve ser subestimado.
Dificuldade na fala e na compreensão
A fala costuma ser um dos primeiros sinais observados em quem está sofrendo um AVC. Em muitos casos, a pessoa não consegue pronunciar palavras de forma clara, fala embolada ou sem sentido.
Esse quadro pode indicar afasia (dificuldade para formular frases), disartria (problema na articulação das palavras) ou apraxia da fala (dificuldade em coordenar os músculos para falar). Para quem está por perto, pode parecer que a pessoa está confusa ou até embriagada, mas, na verdade, trata-se de uma emergência médica.
O fator tempo: agilidade salva vidas
O grande inimigo em casos de AVC é o tempo. O atendimento deve ocorrer o mais rápido possível, de preferência dentro das primeiras horas após o surgimento dos sintomas.
Em alguns tratamentos, especialistas recomendam início em até quatro horas para melhores resultados. Quanto mais cedo for iniciado o socorro, maiores são as chances de recuperação sem sequelas permanentes.
Em um cenário em que o número de casos cresce inclusive entre pessoas jovens, saber identificar os sinais se torna ainda mais importante. Por isso, o alerta é simples: dor de cabeça incomum, tontura repentina, alteração na visão, dificuldade para falar e fraqueza em um lado do corpo são motivos suficientes para procurar ajuda médica imediatamente.
O AVC não costuma dar uma segunda chance. Reconhecer os sinais e agir rápido pode ser a diferença entre uma vida normal e sequelas irreversíveis.
